Capsula do tempo - 15/09/23
Nesse meio tempo:
Terminei e recomecei "King of the Hill".
Recebi um cartão postal (inesperado, como deve ser) da Finlândia, com amor.
Tive uma entrevista de trabalho para uma vaga diferente do meu trabalho atual. Não deu certo, but no hard feelings.
Dormi muito bem, e os sonhos continuam "consistentes"
Boca seca.
A psiquiatra passou um remédio novo. Estou meio temerosa, mas ao mesmo tempo esperançosa que ele me faça virar uma chave que precisa ser virada. Cenas dos próximos capítulos.
Tenho achado minha criatividade mais aflorada. Em algumas noites, antes de dormir, deixei o pensamento fluir de um jeito bom, sem pensar na realidade, só em coisas aleatórias, meio que sonhando acordada. É a criatividade mais inútil e mais valiosa que eu posso ter.
Meditei espontaneamente. Uma única vez porque não tenho nenhuma capacidade de transformar isso em um hábito, mas foi uma delícia.
Temos quatro cachorrinhos bebês na vizinhança. Vi eles nascerem (ouvi, na verdade) e darem seus primeiros passos desengonçados. Uma alegria sem tamanho.
Parei as sessões com o psicólogo por falta de tempo ($), só continuei com o acompanhamento psiquiátrico, mas pretendo voltar com o psicólogo assim que der. Não sei se com o mesmo, acho válido explorar outras abordagens...
Minha irmã vai voltar a morar perto e estou ansiosa por isso. Tenho um restinho de esperança que isso faça eu me sentir mais em família que nos ultimos 3 anos.
Vi um alma de gato da minha janela.
07/07/2023 22:00 pm
escutando:Essa playlist.
assistindo: king of the hill
me sentindo:pálida
onde: em casa.
Nesse meio tempo:
Me mudei pela 19384° vez. Pontos positivos: SUPER silencioso; lugar novo e agradável; quase não vejo os vizinhos; há uma comunidade de cachorros pela vizinhança, todos extremamente felizes e bem cuidados e amigáveis e me sinto extremamente feliz quando olho pela janela e vejo eles fazendo as coisinhas engraçadinhas das vidas deles; me sinto em casa aqui, completamente. Pontos negativos: nada até agora.
Perdi um dos meus três empregos, o que me garantia 50% da minha renda. Tentei não chegar a esse ponto, mas a verdade é que não consigo me importar com meu trabalho, simples assim. Estou procurando empregos em outras áreas, acho que já passou da hora de insistir em algo que claramente não está dando certo.
Comecei acompanhamento psiquiátrico, comecei a tomar antidepressivo, aumentei de dose, achei que estava fazendo efeito, agora acho que não melhorei em nada ou quase nada. A (única) parte ótima é que o remédio me faz ter sonhos mais... consistentes. Não consigo achar um adjetivo melhor para descrevê-los ainda. Não são ótimos, nem horríveis, são loucos como todos os sonhos são, mas são mais memoráveis e tenho sempre a sensação que sonhei a noite inteira. Eu gosto disso.
Estou há meses dando ghosting numa amiga de infância. Não sei porquê. Só estou em uma fase de querer sumir e falar o menos possível, o que é um lixo e me faz mal.
Zero concentração para ler ou estudar.
Frio, muito frio.
Wisława Szymborska <3
Tenho preferido escutar música instrumental.
Tenho jogado muito hidden folks e astros da garra no meu tablet.
25/04/2023 6:23pm
música: <3.
assistindo: nada, hehe.
me sentindo: ok, ok.
onde: em casa que em breve não será mais minha casa
Decidi que iria continuar meu diário assim como faziam os neandertais: no papel mesmo, quiçá num caderninho com cadeado e cheiro de morango.
Não quero abandonar meu blog e gostaria muito de fazer desse espaço algo complementar ao meu diário, sendo que o diário é a parte que não mostro para ninguém e aqui é a parte de compartilhar com quem estiver com tempo e vontade de ler coisas da vida de uma anônima.
Pretendo também fazer um music diary/log, quem sabe um para livros também (futuramente, bem futuramente), e aqui no blog fazer algo que o genial Vinizinho faz, que são as listas resumindo os ultimos acontecimentos da minha vida. O Vinizinho faz isso e eu sou apaixonada pela ideia, já que amo muito listas (inclusive tenho livros sobre listas, de tanto que gostos delas, pena que não são muitos os autores que se interessam pelo gênero). Pretendo, por enquanto, postagens quinzenais.
Só resumindo os ultimos dias: tudo está um caos. Estive doente, pra variar; estive estressada, pra variar mais um pouco e estou de mudança, pra ____ (isso mesmo, variar).
Aqui está friozinho e é nessa época do ano que eu sinto que as coisas começam a acontecer e melhorar e comecei terapia hoje, eis a maior novidade dos ultimos tempos da minha vida. Estou animada e aliviada e arrependida de não ter começado antes (variar, para).
02/03/2023 5:55 pm
música:Mosquito Song - QOTSA.
assistindo: Ainda não terminei a ultima temporada de Orange is the new black -_-
me sentindo: procrastinadora.
onde: em casa
Tenho me sentindo particularmente bem essa semana. As coisas estão longe de perfeitas, mas parecem mais leves, de um jeito que tive pouquissímas oportunidades de sentir. Estou tão acostumada com o contrário disso, que fico me perguntando o que pode ter motivado essa "mudança" repentina (que espero que não seja temporário e seja início de uma boa fase). Passei uns bons minutos do dia pensando o que pode ter quebrado o padrão de me sentir um cocô 24/7 e estar me sentindo bem; não sei se cheguei a alguma conclusão, mas acho muitíssimo provável que seja o fato de ter mais tempo sozinha desde Fevereiro. Coisa que não acontecia há alguns meses e me fazia sentir numa constipação emocional/criativa/psicológica e até mesmo intestinal. A solidão é o Activia e o intestinos somos nozes .
Estou tentando focar e gastar minhas energias só no que é primordial, focar na qualidade e não na quantidade de atividades. E tem funcionado. Sinto como se fosse uma reabilitação depois de um burnout ter fodido minha vida profissional, pessoal e minha saúde principalmente.
Fevereiro foi um bom mês, escutei vários albums na integra: A meta do ano é voltar a ter esse hábito de procurar música nova ou mesmo de artistas que não escuto muito e quero escutar mais, de preferência com pouca ou nenhuma distração. Btw, assim que sobrar um tempinho, quero fazer um music log/journal aqui no site. Não sei como nem quando, mas quero.
A meta do mês, sem pressão e com muuuuita calma, é colocar as leituras em dia também. Ah! E pre-ci-so sair de casa, nem que seja uma vez por semana.
24/02/2023 5:15 pm
música:It's Working - MGMT.
assistindo: terminando a ultima temporada de orange is the new black ;')
me sentindo: cansada, mas ok.
onde: em casa
Daqui a menos de um mês faço aniversário, a apesar de dizer para todo mundo que eu não ligo para aniversários, a verdade é que ligo sim. Eu sempre penso muito na vida nesse período pré-idade nova, frequentemente penso em metas que eu havia traçado para alcançar até a data e nunca comemoro a data 100% ou consigo alcançar as metas. Esse ano consegui alcançar uma das metas, acho que a mais importante, que era a relacionada ao meu trabalho. Na verdade, não sei como, consegui o dobro do que estava na meta. Estou orgulhosa de ter conseguido isso no primeiro bimestre do ano. Por outro lado, tem um monte de coisas que eu gostaria de fazer até meu aniversário que não vão rolar. Mas tá bom. Tenho que me dar um desconto já que os últimos meses/anos da minha vida têm sido uma loucura, tenho que priorizar coisas e dar um passo de cada vez.
Além disso, estou bem feliz porque voltei a estudar Literatura. Estou participando de cursos de uma universidade e os cursos são beeeem legais. Estou feliz por isso. Estava parada há uns bons anos, é bom voltar a ler mais e estudar mais, sem a pressão que eu sentia durante a faculdade (estudei Letras há séculos atrás). É bão demais estudar por estudar e me aprofundar nos livros e assuntos que gosto. Pretendo continuar fazendo mais coisas desse tipo. :)
Que mais? Estou com sono, mas isso não é novidade. Vou tomar banho pra tentar despertar um pouco, pois tenho mais 4 horas de trabalho hoje a noite e amanhã mesmo sendo sábado vou ter que trabalhar bastante também já que tive que parar durante o carnaval e acumulei trabalho pro resto da semana.
22/02/2023 1:54 a.m.
música: essa, essa e essa.
assistindo: Assisti Benedetta ontem.
me sentindo: reticências
onde: na casa da mãe
Bem, vamos lá. Muito tempo sem aparecer por motivos de: motivos.
Nesse meio tempo, duas coisas aconteceram que me fizeram perceber que eu devia voltar a escrever aqui. A primeira: mais BR aparecerendo no neocities (e isso é muito legal) e eu que precisava de pouco, quase nada, decidi que era momento de fazer essa transição de blog do Inglês para Português, porque sim. E escrever em Português faz muito sentido e se faz mais sentido, mais vezes voltarei para escrever aqui.
A segunda e mais importante aconteceu há poucas horas: comecei a mexer em coisas antigas aqui na casa dos meus pais da minha mãe e achei meus diários de 2008 a 2013. E isso me _________ (insira aqui palavra para descrever um momento de crise, tristeza, felicidade, nostalgia, agonia, medo, etc). Estou desde então escutando músicas que são um suco de nostalgia e me contorcendo sentimentalmente, como um inseto besuntado em baygon. Tentando organizar os pensamentos, cheguei a essas conclusões e questionamentos:
1 - Sou um bicho nostálgico demais e aonde isso vai me levar?! Como que eu vou seguir minha vida se estou sempre olhando para trás? Odiando a eu do presente e sentindo a falta da eu do passado e repetindo o processo a cada dia, cada idade nova, cada década…?!
2 - É muito difícil perceber que grandes mudanças estão acontecendo na vida, mas vez ou outra acontece de, durante o processo, rolar de termos um insight e visualizar toda a mudança e aí tudo muda, real oficial, essas mudanças passam a ser bem palpáveis. E acho que foi isso que aconteceu essa noite. Eu sei, todo mundo sabe, que a gente não consegue guardar o passado. Ele fica para trás, você vai passando o tempo e eventualmente morre e fica para trás também. Por isso ser senso comum, acaba perdendo o significado, e eu acho que nunca consegui entender *de verdade* que o passado não volta mais, sempre tive a sensação que meu passado estava bem guardadinho. A casa dos meus pais era uma ilha onde eu guardava meu passado; toda fez que a nostalgia aparecesse, eu podia pegar meu barquinho e chegar no passado, fingir que o tempo não passou, que as coisas não mudam, que eu não mudei, não precisei crescer. E hoje rolou de perceber que a mágica do tempo fez a ilha virar um mausoléu. Eu sei que isso é egoísta da minha parte. Meus pais não tinham/têm a obrigação de manter meu passado intacto. Chegou a hora de crescer, aparentemente.
3 - Mais de dez anos se passaram voando e eu não sei direito pra onde foram. Eu deveria estar aproveitando mais? Sinto que já tive essa "dúvida" milhares de vezes, mas conforme o tempo vai passando, ela vai ganhando o peso diferente...
4 - Fico feliz de ter esses diários. Eu já me desfiz de muita coisa, não sei como eles sobreviveram aos meus desapegos e mudanças nesses mais de quinze anos. Mas aí me pergunto: o que se faz com diários? A ideia é que ninguém os leia, certo? Deus me livre de alguém ler o que eu escrevia naquela época. Mas ignorando a leitura de terceiros, o que se faz com um diário seu de séculos atrás? Devo ler tudo de uma vez? Devo manter o mistério do passado? Diluir o passado no presente e ir lendo aos poucos? Bem, não sei, mas não resisti e li alguns registros de épocas marcantes desse período, vou pensar como proceder com tudo que ainda não li. Percebi que quero registrar meus próximos anos. Quero voltar a ter um diário de verdade. Até lá decido se vou deixar em um blog, se vou escrever num caderno mesmo.
5 - Desde 2008 escrevo que preciso emagrecer. Que lixo de vida. Mesmo sabendo que isso é errado, que eu precisava (preciso?) de ajuda, que eu não merecia ter gastando tanta energia e tanto tempo pensando nisso, aqui estou eu: 15 anos depois, 20 quilos a mais e ainda condicionando minha felicidade e amor-próprio a essa perda de peso. Que inferno de ciclo sem fim.
6 - Eu não entendia bem porque minha relação com minha mãe anda tão estranha. Eu achei que era pirraça minha por conta do divórcio dos meus pais, eu lutei muito para disfarçar esse incomodo, essa impressão que minha mãe tinha se tornado manipuladora e narcisista. Os diários me mostraram que não é novidade. Talvez eu tenha me forçado a esquecer, já que desde 2012 passei a morar sozinha e não precisava conviver com esses “detalhes” sobre ela. Mais uma mudança palpável: ver que as várias dores crônicas da minha existência foram jogadas nas minhas costas por minha mãe e não, não dá mais pra desver isso. É uma agonia diária ter que me curar disso tudo, lutar para não me tornar minha mãe e nesse processo todo conseguir amar ela.
7 - Eu sinto muito falta de alguns sentimentos que eu descrevia nos diários daquele tempo. Será que algo ainda vai me provocar frio na barriga? Bem, são cenas do próximo capítulo, eu acho. Além disso, que saudade da eu que usava Amour Amour Forbidden Love, saia à noite sozinha para andar pela cidade enquanto escutava música num mp3, sentindo vento na cara e/ou cheiro de fumaça de cigarro de cravo... Sem medo de morte ou solidão e apaixonada por nada em específico e tudo ao mesmo tempo... que saudade de vestir aquela pele e colocar um significado novinho em folha em cada passo, cada roupa, cada dia,
cada ilusão...
Pieces of What
June 11, 2022
listening: Dreampop Classics
watching: nothing
feeling: fine
location: home?
I've moved back to where I had lived for more than 10 years and I must say I feel at home.
By the way, due to my parent's divorce and the changes caused by this, I've been asking myself what it means to me to be at home and this is a question that demands time to be answered. Is it an actual place? Is it the fact that you're near the people you have a deep connection with? Is it a city? Is it a country? A story? A season of the year? A state of mind? All of these things together? Myself? Lately I've been feeling at home in places I didn't expect I would and I've been feeling like a stranger in places I used to think I belonged to and this is so bittersweet...
I have also been remembering about the "past me" and all the things I used to think, to feel, to wish... So many things have changed but at the same time I'm the same confused, sad, happy girl. I like remembering me, like I'm not lost somehow...
Having said that, I know I sound depressed or at least anxious, but to be honest, I feel optimistic. I know good changes happen after strange times. I feel stronger and excited to see the future. Once more: it's bittersweet, but I'm optimistic.
May 7, 2022
listening: Caterina Barbieri - SOTRS
watching: Clark
feeling: ok
location: same
I have some pretty important decisions to make, but as the time goes by and I get older, I also get more and more sophisticated at procrastinating. Lately, I've been watching clouds and listenig to music more often to escape the things I actually should be doing asap. This days I saw this amazing cloud and found out it's called pileus cloud and it made my day, haha. It was the first time I saw one of these. I also got addicted to this song.Thom Yorke never fails... I'm fascinated by it, I feel like I'm swimming listening to it.
That's all for now. Oh, I almost forgot: My new celebrity crush is Bill Skarsgard.
April 29, 2022
listening: this playlist
watching: Russian Doll (not right now, of course)
feeling: don't know how to describe it. could be better.
location: future ex home
I'm moving and I hate it. I'm moving back to the city I used to live and I spent less than two years here, so I can't stop thinking that I failed in adulthood. I want safety; I want to be sure what's going to happen in the next five years, at least, but my life changes drastically whenever it wants to. If only the changes were good...
The other pain in the ass is: my parents are getting divorced, I guess. They guess. And I've always thought that as a grownup, these things wouldn't hurt me, but I was wrong.
When I was a teenager I thought I would be a traveller, that I would get to know every little corner around the world. When I was a kid, I would cry and get desperate when my mom cut her hair, cause it felt like she was a different person. That leads me to conclude that little teenager me was a dreamer and/or a liar. My true self still hates when things change, just like when I was a child. I wanna things to endure; I wanna stay in the same place for a long time, I wanna be home and I don't wanna feel like people around me can change drastically and I can't even recognise them...The third pain in the ass: I'm having seconds thoughts about writing a blog in English, but let's see how it goes.